Ainda é cedo para prever o futuro do São Paulo no Campeonato
Brasileiro, mas não dá para negar a melhora da equipe nas últimas
partidas com o técnico Diego Aguirre. A vitória por 3 a 2 sobre o Botafogo, quarta-feira, no Morumbi, resume bem o atual momento.
O time apático do início da temporada mudou de cara. Está longe de ser
brilhante ou até mesmo indicar que brigará por títulos. Mas a chegada à
liderança provisória (o Flamengo voltará para o primeiro lugar se vencer
o Bahia, nesta quinta, no Maracanã) acalma a torcida após momentos
instáveis e serve de ânimo para o clássico de sábado contra o Palmeiras.
É bem verdade que o inexistente pênalti de Igor Rabello em Everton
marcado pelo árbitro Wilton Pereira Sampaio dois minutos depois de o
Botafogo abrir o placar possa ter mudado o jogo. Cinco características
apresentadas pelo Tricolor na partida, porém, mostram que o time
melhorou bastante. Veja abaixo:
Reação imediata
A torcida do São Paulo cansou de ver o time se abater após sofrer um
gol. Contra o Botafogo, a postura foi outra. O Tricolor imediatamente
saiu para cima do adversário com jogadas rápidas e bem trabalhadas pelos
lados, principalmente pela esquerda com Edimar, Everton, Nenê e a
aproximação de Petros.Capacidade ofensiva
O trio formado por Everton, Nenê e Diego Souza tem funcionado muito
bem. O São Paulo deixou de ser um time previsível e pouco criativo e
passou jogar de forma bem mais envolvente. Mesmo com o Botafogo fechado
na defesa, a equipe criou oportunidades em sequência e já desceu para os
vestiários vencendo por 3 a 1.
Faltou apenas aproveitar melhor os contra-ataques no segundo tempo para
decidir o jogo de uma vez por todas. Marcos Guilherme, Valdívia e
Everton tiveram boas oportunidades e desperdiçaram.
Ainda não é o ideal, mas Aguirre conseguiu dar mais compactação ao São
Paulo. Isso significa atuar com jogadores mais próximos no campo,
diminuindo os espaços dos rivais. Régis teve dificuldade na marcação no
início da partida. O Tricolor melhorou depois de sofrer o gol e passou
boa parte do segundo tempo sem sofrer sustos.
O técnico uruguaio terá de trabalhar mais as bolas paradas. Foi
exatamente assim que o Botafogo levou perigo na etapa final. Marcos
Vinicius acertou o travessão de cabeça. Pouco depois, o baixinho Pimpão
ganhou pelo alto e marcou. Foram dez minutos de apreensão, mas o time
carioca não pressionou para tentar empatar.
Ligadão
Da falta de raça a torcida, agora, não pode reclamar. Tem sobrado
disposição ao São Paulo, brigando por todos os lances na defesa e no
ataque. Até mesmo a queda de ritmo no segundo tempo, como tanto
aconteceu nos primeiros meses de temporada, desapareceu. Para continuar
com a equipe assim, Aguirre precisará ampliar seu rodízio de jogadores,
sobretudo por conta do calendário apertado. Titulares absolutos e
decisivos, Diego Souza e Nenê são quem mais preocupam fisicamente.
Números
Depois de uma vitória e quatro empates seguidos, o São Paulo embalou.
Foram três resultados positivos consecutivos (Santos, América-MG e
Botafogo). São 16 pontos, 13 gols marcados, oito sofridos e a liderança
do Brasileirão. No ano passado, nesta mesma rodada, o Tricolor estava em
14º lugar, com apenas dez pontos – três vitórias, um empate e quatro
derrotas.